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Dados divulgados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta semana mostram que o uso de cheques continua diminuindo no Brasil. Mesmo assim, a modalidade ainda tem muitos adeptos. Nem o Pix conseguiu aposentar essa opção. Em 2022, quase 203 milhões de cheques foram compensados no país.

Foram 202.848.320 cheques compensados no ano passado, para ser exato. De acordo com a Febraban, esse número corresponde a uma diminuição de 7,3% em relação a 2021 (218.944.650 cheques).

Os volumes financeiros movimentados com cheques pouco mudaram de um ano para o outro, porém. Em 2022, foram R$ 667 bilhões. Em 2021, R$ 666,8 bilhões.

Há uma explicação para montantes tão altos envolvendo os talões: cheques são muito usados para transações de maior valor. É o que conta Walter Faria, diretor-adjunto de serviços da Febraban. Um levantamento da instituição aponta que o valor médio do cheque em 2021 foi de R$ 3.046,52. No ano passado, a média ficou em R$ 3.257,88.

O Pix predomina em operações de baixo valor, até por ser muito utilizado em compras como alternativa ao dinheiro em espécie e ao cartão de crédito.

Quem ainda usa cheque?

Cheques ainda são muito usados pelo público com mais idade. A razão é um tanto óbvia: essas pessoas se acostumaram com a modalidade quando ela era mais popular e resistem em abrir mão dela.

Também não é incomum o uso de cheques para transações de alto valor, como a compra de um carro ou de um imóvel. É claro que as modalidades digitais podem ser usadas para isso. Mas existe um fator cultural que faz o cheque ser aceito até hoje para esse fim.

Quem explica é o próprio Walter Faria, ao Tecnoblog. O executivo conversou com nós em abril de 2022, quando publicamos a reportagem especial “Com Pix e carteiras digitais, o cheque ainda sobrevive“.

Na ocasião, causava espanto saber que o cheque ainda era muito utilizado no Brasil. Com boleto, cartão de crédito, transferências via DOC/TED e, mais recentemente, Pix, parecia que o cheque iria finalmente cair no esquecimento.

Não caiu. Mas o seu uso diminui ano a ano.

Eram 3,3 bilhões de cheques em 1995

203 milhões de cheques é uma quantidade elevada. Mas esse número já foi muito maior. A Febraban revela que, em 1995, quando a série histórica teve início, 3,3 bilhões de cheques foram compensados. De lá até 2022, a redução do uso da modalidade foi de 93,91%.

AnoCheques compensadosVariação desde 1995
1995 3.334.224.724
1996 3.158.118.845 -5,28%
1997 2.943.837.133 -11,71%
1998 2.748.906.075 -17,55%
1999 2.602.863.723 -21,93%
2000 2.637.492.836 -20,90%
2001 2.600.298.561 -22,01%
2002 2.397.295.279 -28,10%
2003 2.246.428.302 -32,63%
2004 2.106.501.724 -36,82%
2005 1.940.344.627 -41,81%
2006 1.709.352.834 -48,73%
2007 1.533.452.222 -54,01%
2008 1.396.544.544 -58,11%
2009 1.234.971.610 -62,96%
2010 1.120.364.198 -66,40%
2011 1.012.774.771 -69,62%
2012 914.214.328 -72,58%
2013 838.178.679 -74,86%
2014 755.816.648 -77,33%
2015 672.014.638 -79,84%
2016 576.404.408 -82,71%
2017 494.055.868 -85,18%
2018 436.204.425 -86,92%
2019 384.278.195 -88,47%
2020 287.196.448 -91,39%
2021 218.944.650 -93,43%
2022 202.848.320 -93,91%

A adesão aos meios digitais é a explicação para isso, com destaque para o Pix. É o que comenta Faria:

Atualmente, sete em cada dez transações bancárias no país são feitas pelos canais digitais (internet e mobile banking), reflexo da comodidade, velocidade e segurança oferecidas por estes meios de pagamentos.

Soma-se a isso também o Pix, que ao longo de dois anos de funcionamento, se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros.

Apesar disso, a Febraban não tem previsão sobre se ou quando o cheque será descontinuado no Brasil.

chequeFebrabanPix

Fonte: tecnoblog.net/noticias/2023/01/25/mesmo-com-avanco-do-pix-203-milhoes-de-cheques-foram-compensados-em-2022