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Não é só o Google que está reagindo ao fenômeno ChatGPT. Companhias chinesas também. Uma delas é a Baidu, que está para a China como o Google está para o resto do mundo. A gigante Alibaba (controladora do AliExpress) também já prepara uma inteligência artificial capaz de gerar textos convincentes.

Por que é tão comum a associação entre o despertar das inteligências artificiais e cenários apocalípticos? (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Há algumas razões para esse movimento. Para começar, faz parte das ambições da China não ficar distante tecnologicamente dos Estados Unidos. Além disso, o interesse dos chineses pelo ChatGPT aumentou nos últimos meses. Isso porque a ferramenta não é bloqueada por lá (ainda não).

Mas, como aponta o TechCrunch, o ChatGPT não é muito prático para os chineses. O serviço costuma ser lento por lá (mais do que em outras regiões) e não permite cadastro com números telefônicos do país. Levemos em conta também que não vai ser surpresa se, de repente, o governo chinês bloquear a ferramenta.

Nesse sentido, o surgimento de um ou mais rivais chineses para o ChatGPT não é questão de modismo, mas de oportunidade. Oportunidade que começou a ser explorada por empresas obscuras que estão criado imitações do ChatGPT e cobrando para dar acesso a elas.

No WeChat, serviço de mensagens bastante popular na China, essas ferramentas “alternativas” são cada vez mais numerosas, ainda que a plataforma tente barrá-las.

Em um experimento feito para o TechCrunch, Rita Liao testou um chatbot batizado justamente de ChatGPT. Ela pagou US$ 4,5 para conseguir fazer mais de 20 perguntas para a ferramenta.

Os resultados não foram exatamente convincentes. De modo geral, os chatbots ainda não são confiáveis. É por isso que a Microsoft alerta que a recente integração do Bing com o ChatGPT pode gerar respostas imprecisas.

Mas, no caso das alternativas chinesas, a imprecisão parece ser maior. Quando questionado por Liao sobre a sua origem, o ChatGPT encontrado no WeChat respondeu ter sido desenvolvido por uma empresa chamada GPT-2 Technology cujos fundadores parecem ser pessoas inventadas, geradas por inteligência artificial.

Aqui, vale uma observação: o ChatGPT é um produto da OpenAI. E GPT-2 é um modelo de linguagem, não uma empresa em si.

This bootlegged ChatGPT seems a bit confused about its identity — British, developed by GPT-2 Technology Ltd, doesn’t use OpenAI tech, founders with seemingly AI-generated white-person names. (And yes, I paid $4.5 to ask more than 20 questions.) https://t.co/iJLzC0HIKS pic.twitter.com/A0pocKzXlL

— Rita Liao (@ritacyliao) February 6, 2023

Os chatbots do Baidu e Alibaba

A resposta do Baidu ao ChatGPT foi batizada de Ernie Bot. A proposta é a mesma: gerar textos compreensíveis por humanos após perguntas ou solicitações feitas pelo usuário.

Ainda não há previsão oficial de lançamento para o Ernie Bot. Fala-se, porém, que a primeira prévia pública do serviço será liberada no próximo mês. Provavelmente, ela será integrada ao mecanismo de busca do Baidu.

O grupo Alibaba ainda não deu nome ao seu chatbot, mas, nesta semana, confirmou que já está fazendo testes com ele. A companhia declarou ainda que lida com modelos de linguagem e inteligência artificial generativa há anos. Se essa informação for verdadeira, a primeira versão pública de testes pode ser liberada em um futuro próximo.

Não sabemos como os chatbots do Baidu e da Alibaba funcionarão, mas uma coisa é certa: ambas as empresas terão o desafio de refinar os filtros de suas ferramentas para evitar que elas abordem tópicos censurados pelo governo chinês.

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Fonte: tecnoblog.net/noticias/2023/02/09/china-se-prepara-para-lancar-rivais-e-ate-copias-duvidosas-do-chatgpt