Antes de conhecer o Free Fire, Matheus Henrique de Souza, ou simplesmente “Wanheda”, tinha o mesmo sonho que muitos jovens brasileiros: ser um astro dos gramados de futebol. No entanto, sua jornada entre as quatro linhas foi interrompida por lesões sérias, e ele foi obrigado a ficar de repouso por um longo tempo, momento em que recorreu aos mais diversos jogos apenas para passar o tempo.

Mal sabia que um desses jogos mudaria sua vida para sempre. Free Fire ainda estava distante de se tornar o grande sucesso mundial que é atualmente, mas despertou o interesse do hoje técnico da equipe da Vivo Keyd, que se dedicou ao battle royale e logo passou a ser reconhecido dentro do cenário competitivo.

O reconhecimento o levou a ser contratado como treinador da LOUD – na época, a organização ainda engatinhava nos esportes eletrônicos; hoje, é um dos maiores fenômenos mundiais -, time que levou ao título da Copa América de Free Fire realizada na Cidade do México em novembro de 2020. Seu próximo desafio foi como jogador: pela RED Canids, Matheus também fez uma boa passagem e escreveu seu nome, mostrando todo o seu talento dentro dos servidores e sendo um dos grandes nomes do Gigantes Free Fire, em que também foi recompensado como o título.

Depois de sua passagem pela Matilha e do duro rebaixamento para a segunda divisão da LBFF, foi a hora de dar um tempo do competitivo e se dedicar apenas à produção de conteúdo na internet. Mas a saudade logo bateu e, aproximadamente um ano e meio depois, a Liga Brasileira de Free Fire o esperava de braços abertos, dessa vez no comando do time mais consistente do país. O resultado a gente já sabe: campeão e passaporte garantido para o Free Fire Worlds Series 2022 Bangkok.

Ao longo dos últimos anos no Free Fire, a Vivo Keyd já conquistou muito: foram dois títulos nacionais e alguns vice-campeonatos, o que torna a equipe a mais consistente do cenário nacional. Para você, o que significa fazer parte disso? 

Fazer parte dessa equipe é tão gratificante. É uma organização tão bem estruturada e que não deixa faltar nada. Dessa forma, podemos focar apenas no jogo – é sem dúvida um fator predominante para o bom desempenho. 

Qual você acredita ser a sua maior conquista dentro do jogo?

Creio que dentro do jogo minhas maiores conquistas foram as pessoas que conheci desde o início. Em seguida, os títulos que obtive nesse caminho, em especial na final do Gigantes Free Fire. 

O Free Fire mudou a vida de muita gente também fora dos servidores. O que ele te trouxe de melhor até hoje, pessoalmente falando?

O Free Fire me levou até pessoas que me ensinaram muitas coisas sobre a vida. Com isso, absorvi muito conhecimento para ser a pessoa que sou hoje. Também me trouxe a oportunidade de ajudar minha família financeiramente: já pude realizar o sonho dos meus avós de terem sua casa própria. 

Como você começou a jogar Free Fire? Pode contar um pouco mais sobre sua história antes de entrar no mundo competitivo até conhecer o jogo?

Comecei a jogar Free Fire em uma época muito difícil para mim. Eu sempre tive o sonho de ser jogador de futebol e cheguei a jogar no Paranaense quando era mais jovem. Porém, em um amistoso em 2017 eu me machuquei feio, rompi todos os ligamentos do meu tornozelo esquerdo e fraturei o calcâneo. Com isso fiquei de cama por muito tempo, triste demais pois meu sonho tinha ido embora…

De cama e sem nada pra fazer, comecei a jogar muitos jogos para passar o tempo. Nessa época, o Free Fire ainda estava em modo beta. Logo quando baixei, achei legal, pois era diferente dos outros jogos que jogava e, como ainda estava no início, ninguém que eu conhecia jogava e sequer haviam vídeos sobre ele no YouTube.

Comecei a jogar com alguns amigos e pessoas aleatórias. O jogo começou a evoluir e foi criando um cenário competitivo, comecei a ser reconhecido nesse cenário após minha entrada na 4K EASY, que na época era uma guilda bem conhecida, e em seguida entrei na LOUD. Uma coisa que absorvi e sempre digo, é que tudo tem um propósito na nossa vida: hoje as coisas podem não estar dando certo, mas Deus sabe de tudo.

E como foi sua primeira experiência atuando como um profissional? Qual foi a sensação? E no presencial, como foi encarar de frente todos os seus adversários? Foi difícil lidar com o nervosismo e a ansiedade nesses momentos?

Minha primeira experiência no profissional foi como técnico na LOUD, onde fizemos uma excelente campanha. Logo em seguida, fui para a RED atuando como jogador. Nas duas situações me senti feliz e em ambas consegui ser campeão. Mas como jogador, me senti melhor.

Os momentos de ansiedade são normais no nosso corpo, porém depois do início do campeonato tudo flui de forma muito mais leve.

Além dos títulos e das conquistas, é comum que jogadores profissionais passem por momentos difíceis na carreira. Qual foi o momento mais complicado para você? Você pensou em desistir? Se sim, o que te motivou a continuar?

Logo após o rebaixamento da RED Canids na quarta temporada da LBFF. Foi muito complicado para mim, pois eu carregava um peso enorme nas minhas costas como capitão da equipe.

Pensei em retomar minha faculdade e seguir outros planos, mas logo surgiu a oportunidade de fazer lives, que eu abracei fortemente. Me dediquei por um ano e depois voltei, dessa vez na equipe da Vivo Keyd, onde fomos campeões e carimbamos nossa ida para o mundial.

Você é inspiração para centenas ou milhares de jogadores Brasil afora. Como é saber disso? O que passa pela sua cabeça ao saber que tantos jovens se espelham em você?

Ser reconhecido e ter influência sobre as pessoas é uma responsabilidade muito grande. Mas me sinto honrado por tudo isso e por todo o carinho e apreciação. Serei sempre grato por tudo.

Se você pudesse dar um conselho para esses jovens, qual seria?

Meu conselho é que sempre estudem e honrem suas famílias, pois em momentos de aperto e sufoco, somente eles estarão com vocês. Creiam sempre em Deus e coloquem tudo nas mãos dele! Já no jogo, meu maior conselho é que se concentrem em ter um diferencial.

E para o seu eu do passado, o que você falaria?

Falaria somente para crer em Deus e que tudo acontece por um propósito. Se hoje você está em uma cama e sequer consegue andar, Deus vai honrar e fazer tudo dar certo.

Por último, quais conquistas ainda faltam para a sua carreira? 

Falta apenas o Mundial.

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Fonte: www.ffesportsbr.com.br/2022/11/24/falta-apenas-o-mundial-wanheda-da-vivo-keyd